Abra seu coração!
INNER SENSE

Data

Escrito por Constância Matos

“Existe em nós uma memória essencial, a memória do ser verdadeiro que somos”.  Leloup

Nosso primeiro congresso foi uma experiência de fruição, onde tivemos a oportunidade de abrir o nosso coração e aproveitar as delícias que o novo proporciona para nosso corpo, para nossa mente e para nossas memórias. O filósofo Platão (428 a.C.-347 a.C.) acreditava que o indivíduo não aprendia e sim lembrava das coisas que já estavam impressas no seu corpo. Estudos atuais endossam o pensamento de Platão; guardamos memórias desde a nossa vida intrauterina e de lá para a vida adulta seguimos guardando informações de cada experiência vivida, até por fim chegarmos à finitude do nosso corpo terrestre. Dos nossos pais recebemos geneticamente um corpo que ao longo da vida vai se formando de acordo com os estímulos e experiências a que submetemos este corpo.

Esta formação, esta construção corporal é única e individual, nos moldamos às condições que nos são apresentadas, dominamos uma aprendizagem e deste modo nos organizamos a fim de vivermos da melhor maneira nossa existência biológica, emocional, psicológica e espiritual, moldando deste modo, o nosso mundo multidimensional. keleman, p.36

É importante no nosso processo de formação contínua perguntarmos sobre nossas motivações: como faço isso ou aquilo? O que me move? O que me faz pulsar? O que me enche de vida? Nosso processo vital opera em ondas rítmicas de pulsação. Somos seres pulsáteis como uma água viva e esta pulsação pode ser observada em cada órgão, músculo e tecido de nosso corpo. A água viva, quando em situação de perigo, acelera sua pulsação e quando a vontade se espalha numa forma circular se balança relaxada no oceano em um ritmo suave. Como uma água viva, podemos fluir à vontade com os nossos desejos e sentimentos, se permitirmos que nosso coração nos conduza e esteja conosco nesta ponte entre aprendizado e construção de si mesmo.

O coração, este órgão vital considerado por muitos cientistas como uma das maiores células endócrinas do corpo humano, secreta hormônios que impactam as funções fisiológicas do cérebro e do corpo inteiro auxiliando na autorregulação dos nossos estados mentais e emocionais. Ele é o centro físico do nosso sistema circulatório, ele administra mais de 75 trilhões de células. É também o centro eletromagnético do corpo emitindo uma quantidade de eletricidade e magnetismo milhares de vezes maior que a do cérebro; além disso este órgão é dotado de uma capacidade incrível de gerir os processos intuitivos do nosso corpo graças aos 65% de células nervosas idênticas às do cérebro presentes na sua estrutura, o que faz com que a energia entre estes órgãos flua constantemente assistindo e conectando desta forma nossas experiências sensoriais, emocionais, nossa memória dos acontecimentos e também de raciocínio.

“Já sedisse que o coração é o centro do corpo, mas também é possível que ele seja o núcleo de um universo sútil ou talvez um sol sútil gerado pelo indivíduo”. Dale, p. 90

A maioria de nós acredita que as informações recebidas e a resposta a elas se processam primeiro no cérebro. Uma análise revela que a informação que entra, impacta primeiro o coração para só então chegar ao cérebro que a manda para o resto do corpo. Nosso coração é tão forte que é capaz de gerar nas pessoas que possuem uma íntima conexão com ele, o símbolo mais famoso do amor: a luz.

Que continuemos de coração/corpo/alma abertos para juntos trilharmos o caminho do aprendizado. Sempre norteados por um olhar de respeito e generosidade pelo outro.

Que as experiências vivenciadas no nosso primeiro Congresso continuem reverberando na memória do nosso corpo.

Referências:

DALE, Cyndi – Enciclopédia de Anatomia do Corpo Sutil: Um guia definitivo, detalhado e ilustrado sobre a bioenergia humana

LELOUP – Jean Yves – O Corpo e seus símbolos. Uma antropologia essencial

KELEMAN – Stanley Corporificando a experiência. Construindo uma vida pessoal.

Mais
artigos