MINDFULNESS

Consciência Plena

Nossa mente está sempre ativa, diversos são os estímulos e coisas para serem vividas e resolvidas no decorrer do dia. Muitas dessas tarefas são realizadas no conhecido “piloto automático” sem você ao menos perceber que a fez como trancar a porta do carro, da casa, tomar água, entre outras. Os dias estão tão atarefados que poucas pessoas conseguem realmente observar o que estão comendo em suas refeições a ponto de esquecer completamente caso forem questionadas poucas horas depois: O que você almoçou hoje? E então você se encontrará tentando lembrar o você realmente comeu… e, por quê não se lembra? Isso não é nenhum problema de memória, você provavelmente estava fazendo umas três coisas enquanto estava almoçando, então seu foco foi desviado da sua alimentação. Isso é natural, as coisas acontecem a todo tempo e apenas reagimos: o interfone  toca, o filho chama, o colega de trabalho precisa tirar uma dúvida e etc. Adicionalmente, tendemos a estar sempre preocupados com os compromissos futuros como contas a pagar, estabilidade no emprego, entre outros. Ou também ficamos presos a situações que ocorreram no passado como um projeto que não deu certo, o final de um relacionamento duradouro, a promoção no trabalho que não aconteceu apesar de seus incansáveis esforços. A mente está sempre nos conduzindo a caminhos diversos e nos deixamos levar sem perceber.

Você pode estar se questionando agora: Como manter a minha atenção com tantos estímulos? A medicina atualmente utiliza o termo Mindfulness, que significa atenção plena ou consciência plena da mente no momento de agora, toda a capacidade da mente em se concentrar no momento presente. Mindfulness é desenvolver a consciência do poder que a sua mente realmente tem e trazer para o aqui e agora.

Mindfulness é praticado com foco na respiração que o trás para o momento presente focando nos movimentos do seu corpo que expande enquanto inspira o ar e posteriormente contrai os músculos para expirar o ar. Esclarecemos que sim, o Mindfulness é reconhecido como uma espécie de meditação passiva perceptiva.

Entretanto, não está associado a qualquer religião, misticismo ou espiritualidade. Não é necessário absolutamente nada para que a pessoa possa meditar ou estar presente, você não precisa ser esotérico, vestir roupas largas, entender de filosofia ou parar de comer carne, como exemplos. No entanto, após iniciar este novo hábito, naturalmente haverá uma mudança em você e será de dentro para fora. Inicialmente você irá observar que está mais centrado, equilibrado, mais pleno Com o tempo outras pessoas perceberão que você está diferente e para melhor.

O médico Roberto Cardoso, praticante de meditação antes mesmo de tornar-se médico obstetra, desenvolveu estudos com o Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo que elencam dez efeitos psíquicos da meditação:1. Relaxamento psíquico – leva à diminuição do estado de alerta automático ao qual estamos constantemente submetidos;2. Vivência positiva – a sensação de bem estar oriunda da meditação ficará registrada em sua mente;3. Sensação de paz interna – usada para descrever a sensação inicial percebida ao entrar em conexão consigo mesmo;4. Sensação de felicidade – sem explicação o indivíduo relata sensação de felicidade e/ ou gratidão;5. Satisfação/ saciedade – após um tempo de prática o indivíduo relata a sensação de satisfação com seus bens, sua família, com sua vida. Neste estágio alguns hábitos compulsivos de consumismo demonstram queda ou mesmo são eliminados.6. Impressão de harmonia com o mundo – com a prática constante, o indivíduo relata a sensação de estar em harmonia com o todo, em fazer parte do universo.7. Menor tendência a perda de controle  – meditadores assíduos afirmam sentir-se mais “controlados”ou “centrados”;8. Distorção temporal e tátil – no final da prática o indivíduo relata perda de localização, ou noção de quanto tempo ficou meditando;9. Sensação de “experiência espiritual” –  entre 25% e 50% dos praticantes descrevem atingir um ëstado espiritual” ou sentir “a grande presença” sem saber explicar mais sobre, entende-se ser um item que deva ser mais estudado pela neurociência.10. Mudanças no sono – sensação de melhora na qualidade do sono, relatos de maior lembrança dos sonhos, bem como maior clareza destes.

Diversos estudos pelo mundo também investigaram possíveis utilizações terapêuticas da Mindfulness meditation para a medicina. Dentre elas: redução da ansiedade, do estresse, melhora na cognição (raciocínio). Além destas já mencionadas, registros mostram um estudo publicado em 2005 pelo NCCAM (National Center for Complementary and Alternative Medicine), o qual compõe o NIH (National Institutes of Health) americano, afirma que a meditação pode ser utilizada como terapêutica nos tratamentos de: dor crônica, depressão, insônia, doenças cardiovasculares, aids e câncer, além de autoestima e problemas de humor. Em sua tese de doutorado, apresentada em 2008, o Dr. Roberto Cardoso observou dois grupos de gestantes o primeiro foi ensinado a prática da meditação e realizava por dez semanas, o segundo recebia apenas informações tranquilizantes sobre a gestação, não meditavam. O estudo observou que o primeiro grupo, das gestante meditadoras, demonstrou uma redução da tensão muscular, sendo mais acentuada nos músculos da fronte. Em contrapartida, o segundo grupo de gestantes demonstrou o caminho inverso, aumentando de maneira significativa a tensão muscular , principalmente ao se aproximar do parto.

Com base nos estudos relativos a meditação diretamente atrelada à medicina e bem estar, acredita-se que cada vez mais a prática de Mindfulness será utilizada pelos indivíduos. Atualmente, no Brasil e em outros países do mundo, escolas particulares de ensino regular ou apenas bilíngue já utilizam a técnica Mindfulness para auxiliar os alunos no desenvolvimento cognitivo, social e emocional. Paralelamente, graças a revelações de Bill Gates e Steve Jobs sobre a prática de meditação Mindfulness para aprimorarem seu poder em focar nos projetos e serem ainda mais produtivos, o universo corporativo também aderiu, empresas disponibilizaram salas para a prática de Midfulness sem qualquer objeção se for realizada mesmo em horário de trabalho. Os resultados não demoraram a surgir sendo os mais registrados: o aumento da produtividade e melhora nas relações de trabalho. Acredita-se que a prática permaneça em curva crescente e seja utilizada não apenas em tratamentos médicos dentro dos hospitais, mas também pelos médicos.

Seja qual for o futuro da suposta moda atual “Mindfulness”, inegável são seus efeitos positivos e sugerimos que você não perca tempo em permita-se conhecer a prática de atividades que te levem a consciência plena de si mesmo como o INNER Balance. Será uma alegria te apoiar neste novo processo.

Texto: Elaine Petil – Instrutora Inner Balance

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“Sabemos que muitas formas aparentemente diferentes de psicoterapia funciona. Existe um fator curativo comum entre as várias modalidades que pode ser identificado e aprimorado, talvez mesmo treinado? O mindfulness está provando ser tal ingrediente.” (Seligman, 1995; Wampold, 2012)

GERMER, Christopher K., SIEGEL, Ronald D., FULTON, Paul Fulton. Mindfulness e Psicoterapia.

Referências:

GERMER, Christopher K.; SIEGEL, Ronald D.; FULTON, Paul R. Fulton. Mindfulness e Psicoterapia. 2nd edição. 2016.

ROEMER, Lizabeth; ORSILLO, Susan M. A prática da terapia cognitivo-comportamental baseada em mindfulness e aceitação. 2010.

CARDOSO, Roberto. Medicina e Meditação. Um médico ensina a meditar. 3 edição. São Paulo: MG Editores, 2011.

HANH, Thich Nhat. O Milagre da atenção plena. Uma introdução à prática de meditação.

ISSLER Marsiaj, Eleonora. Atenção plena e visão ampla. Medita e transformar.

acesso 05-jan-2020

https://vejasp.abril.com.br/blog/criancas-sao-paulo/meditacao-criancas-escolas-mindfulness/

acesso 05-jan-2020

https://calldaniel.com.br/meditacao-nas-empresas-conheca-9-grandes-empresas-que-tem-essa-pratica/